Era o estacionamento do shopping, no fim da noite. Já não restavam muitos carros, mas suficientes pra manter o lugar aberto por algum tempo. Ele a encontrou, puxou forte pelo braço e olhou no fundo de seus olhos. Ela, furiosa, arrancava a camisa dele, como que para se defender. Os botões voavam pelo chão do lugar. Ele arrancava a roupa dela com uma força descomunal e ela suspirava, gritava, buscava por ar e por alguém que pudesse acudir. E ele não parava. Três passos para a esquerda e apoiou a cabeça dela em um dos pilares do lugar, ao lado de um carro preto. E daquele jeito, ali, de pé, rasgados, ofegantes, ela cravou suas unhas no braço dele, em um misto de gozo e desespero.
Entraram no carro preto.
Entraram no carro preto.
- Essa foi demais, não é, meu amor?
- Foi. A melhor da minha vida. Feliz dez anos de casamento.
- Feliz dez anos de casamento. Vamos buscar nosso filho? Ele está esperando na casa da vovó.
- Vamos.
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