Eu
estava morta de cansada. Tinha trabalhado o dia inteiro, foi um pouco
estressante. Você precisa beber, a Sílvia falou. Vamos tomar um chope, amiga,
você está precisando, olha a sua carinha de cansada! Hoje não, Sílvia,
obrigada.
"Ah,
hoje vai ter, né? Nada melhor pra relaxar." E deu uma risadinha.
A
Sílvia estava certa, aquele dia iria ter. Minhas amigas me achavam a
maior safada, volta e meia eu aparecia no trabalho com alguma marquinha. Eram "marquinhas" porque eu escondia muito bem com o pó compacto que eu ganhei de
aniversário do meu marido.
"Sim,
amiga... hoje vai ter." E dei uma risadinha. Em meia hora eu estaria
batendo o meu cartão.
Dezoito
horas, cartão-ponto batido, eu estava no carro, dirigindo para casa, imaginando
tudo o que eu faria assim que eu chegasse: a banheira, os sais, o sabonete
líquido, a toalha felpuda, os cremes hidratantes. Mil vezes melhor do que o
chopp com a Sílvia, coitada. O casamento dela é um porre.
Apartamento
quatrocentos e três. Entrei pelo estacionamento, fechei o carro, peguei o
elevador, abri a porta de casa.
Cheguei. Esse sempre foi o melhor momento da
minha rotina.
Tirei
os saltos, a saia, a blusa, o sutiã, a calcinha. Fui direto para o banheiro.
Removi a maquiagem (gosto de tirar o excesso antes de entrar na
banheira).
Liguei
a água, joguei os sais de banho. Preparei minha esponja relaxante e meu
sabonete líquido. Foi um banho fantástico. Passei a esponja e o sabonete
líquido pelas minhas pernas, ombros e pescoço, deslizando em movimentos lentos
e suaves. Lavei meus cabelos com um shampoo maravilhoso.
A
toalha absorvia cada gota de água do meu corpo - foi um banho fantástico
-, eu adorava me secar de frente ao espelho do quarto, me assistindo da cabeça
aos pés, observando meus detalhes, minhas curvas, minha nudez.
Era
a vez do hidratante. Derramei o líquido em minhas mãos e comecei a me massagear
lentamente. Pés, panturrilhas, coxas, barriga, peitos, ombros, pescoço, braços.
Minhas mãos continuavam muito hidratadas. Que
delícia. Me sentei na cama com as pernas abertas e comecei a acariciar as
minhas virilhas. Isso me causava arrepios indescritíveis. Meus
mamilos se entumeceram e eu passei a acariciá-los. Mão esquerda no mamilo
esquerdo, mão direita na virilha direita. E vice-versa. É impossível conter
minha respiração e minha voz. Que
delícia. Eu não conseguia parar. Já estava completamente molhada quando
ouvi o barulho da chave na porta.
“Oi.”
Meu
marido havia chegado.
“Você
está aí? Cadê você?”
Fingi
que não ouvi nada e continuei. Aquilo estava me levando à loucura. Minhas
pernas tremiam, eu me olhava no espelho e soltava gemidos.
“Que
porra é essa? Sua puta!”
O
meu marido era um anjo. Só tinha um problema. Ele bebia e se transformava. Nem
precisava beber muito, alguns copos e ele já virava outra pessoa. Tinha ciúmes de
tudo. Até de mim mesma. Ele entrou no quarto e me viu naquele estado. Ficou
enfurecido, me pegou pelos cabelos e distribuiu uns quatro ou cinco tapas na
minha cara. Meu rosto ficou fervendo, pensei que meu coração ia sair pela boca.
“Eu
já falei pra você que eu não quero que você faça essa merda nunca mais. Puta!
Agora vai pro banho se lavar. Que merda.”
Eu
comecei a chorar baixinho, olhei pro chão e me levantei. Corri direto para o
banheiro e me tranquei lá. Enquanto eu ouvia o meu marido gritar “porca, puta,
cachorra” e dar socos nas paredes, eu terminei o que havia começado, passando
minhas mãos macias pelo meu rosto marcado. Que
delícia.
Puta. Que delícia.
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